12/fev/2019
Maior parte dos moradores do ABC não tem posicionamento político. Entre aqueles que têm, a direita é majoritária.
Quando questionados se consideravam-se de esquerda, centro-esquerda, centro, centro-direita ou direita, a maior parte dos moradores da região (42%) diz que não se posiciona nessa escala.
Entre aqueles que se posicionam dentro da clivagem esquerda x direita, é maior o número daqueles que se consideram de direita (22%) e centro-direita (3%). 12% dizem que seu posicionamento é de esquerda e 1% de centro-esquerda. 4% não souberam responder.
Renda e escolaridade mais alta são os estratos onde o percentual daqueles que se consideram de direita/centro-direita é acima da média, supera os 30%.
Os homens e os mais jovens são os estratos onde a presença daqueles que se identificam com a esquerda/centro esquerda é mais alta, próximo dos 20%.
São Caetano do Sul e Mauá são as cidades onde o posicionamento à esquerda e à direita é mais alto. Esse fenômeno acontece porque nessas cidades o número daqueles que não se posicionam nem à esquerda e nem à direita é menor. Comparada às demais cidades, São Caetano do Sul é aquela onde o número daqueles que se consideram de direita é mais alto, 32%. Mauá é a cidade onde é mais alto o número daqueles que se consideram de esquerda, 24%.
Um dado que chama a atenção o baixo número de pessoas que se consideram de esquerda/centro-esquerda em Diadema, cidade que foi governada pelo PT por cinco mandatos.
Correlação entre posicionamento político e expectativas em relação ao novo governo
O otimismo em relação ao desempenho do governo Bolsonaro, que é majoritário na região do ABC (58% acham que será ótimo/ bom) é ainda mais alto entre aqueles que se consideram de direita/centro-direita.
60% daqueles que se consideram de centro-direita e 77% daqueles que se consideram de direita acreditam que o desempenho do governo Bolsonaro será positivo (ótimo/bom).
Já entre aqueles que se consideram de esquerda e centro-esquerda o pessimismo é mais acentuado. 21% daqueles que se consideram de centro-esquerda e 50% daqueles que se consideram de esquerda acreditam que o desempenho do governo Bolsonaro será negativo (ruim/péssimo).
Entre aqueles que não tem posicionamento político, 58% esperam um desempenho positivo (ótimo/bom) do governo Bolsonaro.
Em relação ao desempenho da economia, essa mesma correlação se repete. A grande maioria (cerca de 70%) daqueles que se posicionam à direita acredita que a situação econômica do país e a sua própria vai melhorar e a maioria daqueles que estão à esquerda acredita que a situação econômica do país e a sua própria vai piorar ou continuar como está.
O mesmo fenômeno se repete em relação à expectativa com a inflação, o desemprego, o poder de compra dos salários, à corrupção e à violência. Esquerda e direita se posicionando nos mesmos extremos.
“Direitistas” se alinham mais às pautas defendidas pelo governo Bolsonaro
É muito acima da média o número daqueles posicionados à direita/centro-direita que concordam totalmente ou em parte com a defesa da privatização, com a diminuição de direitos trabalhistas e com a posse de armas. Assim como é acima da média o número daqueles posicionados à esquerda/centro-esquerda que discordam totalmente ou em parte dessas pautas.
As únicas pautas em que há convergência de opinião entre aqueles que se consideram de direita e de esquerda são ensino de educação sexual e assuntos políticos nas escolas. Nos dois extremos, a concordância em relação a esses temas é majoritária.
DADOS DA PESQUISA
Nome da pesquisa
Posicionamento político nas cidades do ABC – janeiro 2019
Margem de erro
3 pontos percentuais para mais ou para menos sobre os resultados encontrados no
total da amostra.
Tema
Opinião Pública
Período
11 a 15 de janeiro de 2019
Local
Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá, Ribeirão
Pires, Rio Grande da Serra.
Amostra
1000 pessoas, moradores da região, com 15 anos ou mais.